sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Carta nº 4

Pequena,


 Descobri que eu tenho pouca coisa na vida. Corrigindo: descobri que tenho poucas pessoas na vida. Não, não estou reclamando, ao contrário, eu até prefiro. Já tive muita gente em épocas diferentes, como disse um amigo: "Tem amigo que não cabe mais em determinada fase da vida", é mais ou menos por aí.

 Ficou muita gente pelo caminho, pequena, mais gente do que eu posso contar. E muitas dessas "perdas" foram opcionais. Doeram, algumas mais do que eu pensei que fossem doer, mas algumas podas se fizeram necessárias, como tantas outras ainda se farão. É a ordem das coisas, uns vão para que outros possam chegar. Não dá para guardar o mundo, como diz a canção. As coisas só mudam.

 Mas não é todo mundo que tem que partir. Existem pessoas que são impossíveis de se abandonar, por mais simples que a relação possa parecer. Pode acontecer um eventual afastamento físico, mas a ligação é imutável. E eu amo ter isso.


Hoje, eu sou alguém ligada a você.


Com todo o meu amor.